Histórico (do autor)
Luiz Costa começou pintando paisagens, naturezas mortas, figuras humanas e retratos, e depois, por influência da dinâmica funcional de Brasília, como cidade burocrática, pintou uma fase intitulada de "engravatados", e que mais tarde resultaria na fase atual de sua obra, a qual intitula de "Candangos Legítimos". Alfredo Volpi é referência fundamental e eloquente na maioria das telas. O projeto urbanístico da capital também faz parte do universo do artista. É justamente no caminho da geometria brasileira que o artista revela seu traço mais maduro, com cores e formas características da terra. O vigor do colorido tropical e a repetição de traços trazem personagens do cotidiano e personalidades como o antropólogo Darcy Ribeiro, a quem Luiz Costa homenageou com a tela Viva América. Afrescos, painéis e murais completam a obra do artista plástico.
A MARCA DE BRASÍLIA
A figura do candango criada por Luiz Costa tem tudo a ver com a cidade, a riscadura é rigorosa, delimitada, porém livre, e nos revela a parte teimosa e boa da repetição, direciona o olhar para o espaço vazio, induz para a quebra de fronteiras, convida para unir pessoas, é uma pintura justa na redistribuição do espaço físico. O Candango de braços abertos, de mãos dadas, e nós candangos e brasilienses, temos realmente um pouco disso tudo. Ninguém é gerado pelo vento, todos temos uma raiz, uma fonte, e Luiz Costa é também um candango, e se reconheceu como artista desenhando com o dedo nas superfícies brancas e empoeiradas da nossa cidade.